Quando a Petrobras anunciou o fim da Paridade de Preços de Importação (PPI), e redução de preços de combustíveis, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda havia "gordura" para cortar mais quando fosse aplicado o novo sistema de tributação.
Na quinta-feira (1º/6), entra em vigor a nova forma de cobrar impostos sobre a gasolina, que considera um valor fixo - R$ 1,22 por litro - em vez de um percentual sobre o preço de venda, correção discutida há anos no segmento. E em 1º de julho, volta a cobrança de impostos federais que afeta o mesmo derivado, além do etanol.
No entanto, passadas quase duas semanas do anúncio dos cortes no preço dos combustíveis, o mercado não dá sinais de ver espaço para novas reduções de preço. Conforme o cálculo da Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços da gasolina no país estão 11% abaixo da referência internacional.
Pelas contas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a situação seria ainda mais grave, com defasagem de quase 20% (19,97%). Os dois cálculos usam parâmetros semelhantes - mas não idênticos - aos da antiga PPI. É bom lembrar que a fórmula exata não é conhecida, daí a discrepância entre os dois números.
Na passagem por Porto Alegre na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi perguntando sobre a eventual "gordura" nos preços. Frisou que os cálculos de mercado não equivalem à PPI e que a estatal mudou sua estratégia comercial, portanto não é mais obrigada a seguir esse padrão. Cobrado a avaliar a afirmação de Haddad, disse que o ministro deveria "ter lido no jornal" e "achado que poderia baixar mais".
— Os reajustes vão ser menos frequentes, menos voláteis, mas também não vamos ficar 200 dias suportando perdas. Nossa nova estratégia comercial considera as vantagens competitivas que a Petrobras têm no Brasil. Conseguimos vender combustíveis mais baratos — afirmou Prates.