Apesar de um novo sinal amarelo do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a assinatura do contrato de compra e venda da Corsan, a direção da líder do consórcio que arrematou a companhia estadual em leilão em dezembro passado segue com a expectativa de assumir o controle neste mês.
Enquanto espera decisões do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) prevista para o dia 17, e outra do próprio TCE, possivelmente na semana seguinte, o vice-presidente de operações da Aegea, Leandro Marin, antecipou à coluna os primeiros investimentos e a decisão de não só manter a marca Corsan, como ainda disputar com esse nome eventuais novas licitações na Região Sul.
Marin pondera que, depois de muito debate, é hora de definir a situação da Corsan.
— Tem de decidir rapidamente, seja sim ou não. Se for 'não', o Estado vai ver que medidas serão tomadas. Mas estamos otimistas que, em maio, vamos vencer todos esses obstáculos — diz, afirmando que uma negativa não é a expectativa da Aegea.
Segundo Marin, além do compromisso de universalizar o abastecimento de água potável e de tratamento de esgoto até 2030 previsto no Marco do Saneamento, a Aegea tem uma lista de projetos de implantação rápida que estão "prontos para apertar o play" na primeira semana:
1. Há previsão de investir cerca de R$ 250 milhões no Litoral Norte, para resolver a situação de Capão da Canoa e Xangri-lá, onde novos empreendimentos estão travados por decisão judicial amparada na falta de capacidade de saneamento. Segundo Marin, a empresa está disposta a assumir garantias judiciais, como assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com penalidades, caso não solucione o problema em cerca de quatro meses a partir do início das obras, que dependem de licenças ambientais.
2. Existe um plano de 100 dias - estimado em R$ 50 milhões, mas com possibilidade de revisão - para levar a todos os 317 municípios atendidos pela Corsan - tenham ou não assinado os novos contratos de concessão - alguma melhoria efetiva no serviço de água e saneamento. Entre as medidas possíveis, Marin cita término de obras paradas e melhora na distribuição de água. A ideia, explica, é entrar e já mostrar resultados efetivos.
3. De mais longo prazo, a empresa se compromete em adotar um plano de resiliência hídrica, ou seja, propor soluções para que os sistemas de abastecimento de água não sofram tanto em períodos de estiagem, como vimos nos últimos dois anos.