Nesta segunda-feira (13), só se fala em Banco Central (BC) e meta de inflação no mercado financeiro. Uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para a terça-feira (15) espalhou um rumor, desta vez, "do bem", que fez o dólar recuar 0,88% para R$ 5,17, e a bolsa - mesmo depois de abrir em baixa - avançar 0,63%.
Nesse encontro, seria ratificada a decisão de só alterar a meta de inflação depois da apresentação do marco fiscal, como recomendou, em entrevista à coluna, o responsável pela implantação do sistema de metas, Sergio Werlang, quando foi diretor do BC.
Durante o dia, discutiu-se como se faria o agora esperado aumento da meta já para 2023. O objetivo é fixado com três anos de antecedência pelo Conselho Monetário Nacional (CMN, o "cemenê" no jargão financeiro), mas bastaria um decreto do presidente da República autorizando o ministro da Fazenda - presidente do conselho - a propor a alteração da meta de 3,25% para este ano. E ainda mais provavelmente, a de 3% para 2024 e 2025.
Outra discussão é sobre a possibilidade de ajustar também as flutuações permitidas em relação ao centro da meta (3,25% neste ano). Essas bandas informais, que já foram de até 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo, hoje estão em 1,5. Isso significa, por exemplo, que se o IPCA deste ano ficar acima de 4,75% - o que é altamente provável -, o BC vai descumprir a meta, outra vez.