A Lojas Renner não quis comentar, mas o presidente da C&A no Brasil, Paulo Correa, negou que a rede de origem holandesa esteja sendo vendida à varejista gaúcha. A informação foi dada pelo jornal Valor Econômico.
Apesar do desmentindo, as ações da C&A seguem em alta na bolsa brasileira, ainda que o salto tenha diminuído à metade. Depois de disparar quase 20%, os papéis fecharam em alta de 11,5%.
Apesar do desmentido oficial, o negócio segue no radar de investidores e especuladores porque faz sentido. Desde a aquisição da Repassa, em julho de 2021, que se seguiu ao aumento de capital feito pela Renner cinco meses antes, o mercado fervilha de ansiedade por uma consolidação capitaneada pela companhia gaúcha no varejo de moda. Em abril de 2022, a Renner fez nova compra, a da Uello, plataforma de logística focada na entrega para o cliente, chamada no segmento de "última milha".
Na época, o diretor de estratégia e novos negócios, Guilherme Reichmann, disse à coluna que ainda havia R$ 1 bilhão disponíveis para aquisições. Afirmou, ainda, que a meta interna para aplicação dos recursos da capitalização ia até o final de 2022.
A aquisição caberia no bolso: o valor de mercado da Renner (total de ações multiplicado por seu valor) está ao redor de R$ 20 bilhões. O da C&A está por volta de R$ 750 milhões. É importante observar que o preço de venda não corresponde a esses valores, por considerar outras variáveis.
Nos nove primeiros meses de 2022, a Renner quadruplicou seu lucro e aumentou sua participação de mercado. Isso significa que suas concorrentes, entre as quais a rede de origem holandesa, perderam clientes. No terceiro trimestre do ano passado, a C&A teve prejuízo de R$ 61,4 milhões (dado mais recente disponível). Nos últimos 12 meses, suas ações acumulavam queda de 46,2%.