O nome técnico das obras que começam em poucos dias na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, é "parada de manutenção". Mas ao contrário do que o nome sugere, será um período de atividade intensa nas instalações.
Com início marcado para a segunda quinzena deste mês e previsão de duração de três meses, será a maior parada de manutenção da história da refinaria, com investimento de R$ 450 milhões - R$ 50 milhões acima do valor que a coluna havia antecipado, gerando 5 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Segundo Gerson Cesar Souza, gerente-geral da Refap, devido às características das unidades operacionais, esse tipo de manutenção é realizado de forma escalonada, executando vários trabalhos que permitem, por exemplo, a implementação de melhorias tecnológicas, o que torna a produção mais eficiente.
Conforme a coluna adiantou, essa parada estava prevista para o ano passado, mas foi adiada diante do risco de desabastecimento de diesel apontado pela própria Petrobras. Para executar a manutenção sem risco de afetar o mercado, a Refap contratou empresas especializadas em serviço de manutenção, apoio e infraestrutura.
Os serviços, que incluem inspeção e substituição de peças e equipamentos, serão realizados nas unidades de craqueamento catalítico (uma das primeiras fase do refino, que quebra as moléculas mais pesadas, permitindo a obtenção de frações mais leve), destilação (separação dos derivados por aquecimento a altas temperaturas até a evaporação e posterior condensação), geração de hidrogênio (gás é produzido nas refinarias por eletrólise para uso na redução de enxofre dos combustíveis) e tratamento de diesel e gasolina (adequação dos combustíveis à qualidade exigida pelo mercado, como a redução de enxofre).
— A companhia também está investindo na recuperação de tanques de petróleo, ampliando a capacidade de estocagem na refinaria — afirma Gerson.
* Colaborou Camila Silva