Um aumento de capital na construtora Gafisa de R$ 78 milhões foi suspenso nesta quinta-feira (5) pela Justiça de São Paulo. A intenção era fazer um movimento maior, de R$ 150 milhões, mas o conselho de administração só aceitou fazer uma operação menor.
Mesmo aprovado na terça-feira (3), o aumento de capital terá de ser revertido - a menos que surja nova manobra jurídica - por decisão do desembargador Azuma Nishi, que acolheu um pedido da Esh Capital, representada pelo escritório gaúcho Carpena Advogados.
Como a coluna havia relatado - pelas mãos do colega Rafael Vigna -, no outro lado da disputa está o polêmico bilionário brasileiro Nelson Tanure, conhecido por investir em companhias em dificuldades para levantá-las e lucrar no futuro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) havia recomendado que a operação não ocorresse, mas foi ignorada pelo conselho, conforme o advogado Cesar Verch, que entrou com a liminar pela Carpena Advogados.
Desde que Tanure passou a integrar o conselho de administração da Gafisa, já ocorreram nove aumentos de capital que somam R$ 1,466 bilhão. Essas operações obrigam os acionistas a acompanhar, aportando mais recursos, para não ter sua posição societária diluída. É o caso da ESH, que detém 10% de participação atualmente.