Entre a anterior e a nona edição do Índice de Desenvolvimento Estadual — Rio Grande do Sul (iRS), feito em parceria entre Zero Hora e PUCRS, já é possível verificar que o nível de alerta sobre a qualidade de educação gaúcha teve efeitos.
Com base em dados de 2020, a pesquisa constata que a pandemia afetou todos os Estados e mantém a luz alta no pior indicador avaliado no Estado. A relativa estabilidade do ranking, em termos comparativos, deve-se aos efeitos disseminados da covid-19. Por isso, o mais importante, nesse cenário, é manter o radar no que a coluna sempre destaca: buscar a evolução em relação às posições do próprio Rio Grande do Sul.
Não apenas pelo iRS, mas a partir de vários indicadores que complementam a leitura de cenário, entidades empresariais do Estado captaram a mensagem: as duas maiores, que contam com recursos do Sistema S, estão investindo em educação. É bondade? Não, é necessidade.
Nas reuniões de fechamento de ano, tanto o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, quanto o da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, destacaram as iniciativas de suas entidades para reforçar a educação no Estado. Bohn afirmou que, além dos R$ 120 milhões já comprometidos com projetos de ensino em vários níveis, serão destinados R$ 11 milhões adicionais. Petry assegurou que, independentemente da situação econômica do Brasil nos próximos anos, o investimento de R$ 300 milhões em escolas de Ensino Médio, formação de professores e atividades de contraturno está mantido.
O economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, completou o recado. Ao comentar que a falta ou o alto custo de matérias-primas têm reduzido seu peso entre os maiores problemas da indústria gaúcha (apesar de ainda altos 30,7%), aumentou o tom de alerta:
— Agora, começa a cresce o problema da mão de obra, que deve ser o principal gargalo nos próximos anos.
É para isso que existem pesquisas, rankings e comparações: tentar antecipar a detecção de problemas e, em consequência, de sua solução.