Assim como as outras duas dimensões que compõem o Índice de Desenvolvimento Estadual — Rio Grande do Sul (iRS), a educação gaúcha não apresentou mudança de colocação no ranking. O Rio Grande do Sul até apresentou ligeira melhora no índice, mas não o suficiente para sair do segundo pelotão. Com índice que passou de 0,611, em 2019, para 0,621 em 2020, o Estado segue na 12ª colocação.
A pesquisadora do PUCRS Data Social e da equipe que elabora o iRS Izete Pengo Bagolin destaca que o resultado da educação ocorre na esteira do avanço de alunos matriculados no Ensino Médio. Como o resultado da Prova Brasil, que ocorre a cada dois anos, repete-se nos números de 2020, o aumento no volume de matrículas é o principal fator que explica o ligeiro crescimento no índice.
— Tivemos uma melhoria na evasão e, consequentemente, na taxa de matrícula. Isso puxou um pouco para cima o resultado final do índice de educação. (...) Pode ser consequência de ações que já vinham sendo implementadas pelo setor educacional do governo para reduzir a taxa de evasão no Ensino Médio. Pode ser também uma questão de pessoas migrando do presencial para o online, que não se desvincularam da escola — afirma Izete.
O professor Sani Cardon, da Escola de Humanidades da PUCRS, mestre e doutor em Educação, destaca que o Estado segue com problemas na área, o que é comprovado pela colocação no ranking. Nesse sentido, pequenas elevações no índice não melhoram a situação do setor. Cardon destaca que o maior número de matrículas pode ser explicado por ações políticas pontuais no contexto daquele ano. Como o levantamento pega o primeiro ano da pandemia e os efeitos iniciais na educação, Cardon estima que os dados de 2021 mostrarão de maneira mais ampla o impacto da crise sanitária:
— É necessário construir uma proposta para uma política pedagógica com a rede e investir nos professores, em infraestrutura e na permanência dos alunos nas escolas. Quando falamos em infraestrutura, não é só sala de aula, mas também merenda escolar, espaços para praticar esportes.