A desigualdade avançou e a qualidade de vida das famílias caiu no Rio Grande do Sul em 2020, primeiro ano da pandemia de coronavírus no país. Com renda média e ocupação apresentando novas quedas, o índice de padrão de vida caiu de 0,598, em 2019, para 0,540 em 2020 na 9ª edição do Índice de Desenvolvimento Estadual — Rio Grande do Sul (iRS). Esse é o segundo pior nível dessa dimensão na série histórica do iRS, que teve início em 2007. Mesmo com a piora, o Estado segue na 5ª colocação entre as unidades da federação.
Dentro das variáveis que compõem o padrão de vida, a renda média apresentou o maior tombo dentro do levantamento, com índice recuando de 0,56 para 0,43. Trata-se de uma variável central nessa dimensão, porque é uma referência de qualidade de vida que as pessoas conseguem a partir das condições materiais. Portanto, busca aferir o quanto elas conseguem acessar bens materiais, conforto, facilidades proporcionadas por utensílios e necessidades básicas.
O professor Ely José de Mattos, da Escola de Negócios, pesquisador do laboratório PUCRS Data Social e coordenador do iRS, afirma que a retração do padrão de vida foi impulsionada pelos efeitos do primeiro choque da crise sanitária na economia. O mercado de trabalho passou por uma acentuada deterioração, registrando queda na renda e aumento na desigualdade, segundo o professor:
— Observamos uma retração no mercado de trabalho. Com um cenário já tradicionalmente bem estabelecido de baixa produtividade, o choque da pandemia diminui a renda média dos trabalhadores e aumentou algumas disparidades. Então, era esperado que houvesse essa ampliação de desigualdade nesse cenário.
O Distrito Federal (0,804) segue na liderança do ranking de padrão de vida, posto que ocupa desde o início da série histórica. Além de manter a colocação, o DF melhorou a performance nessa dimensão na comparação com 2019. Com nova queda, Maranhão (0,296) anotou novamente o pior desempenho entre os Estados, resultado que carrega em todos os anos de levantamento.