Em dia de baixa na maioria das bolsas internacionais - em Nova York, maior referência, a q queda foi de 1,1% -, a brasileira subiu 1,53%, enquanto o dólar recuou 0,6%. Boa parte do bom humor, conforme analistas, vem de declarações e sinalizações do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em entrevista no jornal O Globo, Haddad afirmou que é preciso rever gastos já no primeiro ano de governo.
— Arrumar a casa é o item um. Rever desonerações e benesses que foram dadas eleitoralmente e que não têm base técnica nenhuma. Temos que rever os atos desesperados. Isso é uma sinalização clara porque o Banco Central vai responder a ela, os investidores estrangeiros vão responder — disse Haddad.
Outro sinal muito bem avaliado no mercado veio de um cálculo: segundo o futuro ministro, houve aumento de gastos de 3% do PIB no governo Bolsonaro, metade com novas despesas e metade por "desonerações sem base técnica". Logo depois de fazer essa conta, afirmou que. agora, "é preciso arrumar a casa".
O critério de manter o nível de gastos no primeiro ano de Lula igual ao último de Bolsonaro foi usado para calibrar a PEC da Transição. O argumento era de que, assim, não haveria expansão fiscal, mas a coluna observou que a base já estava inflada. Na entrevista, Haddad dá sinais de entender essa situação e mostra disposição de resolvê-la.