Em dois dias, o petróleo caiu quase 5% depois de subir 15% em uma semana. No final da tarde desta terça-feira (11), a cotação do barril tipo brent é negociada em baixa de 2,6%, para US$ 93,69.
A alta havia sido causada pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de fazer um megacorte de 2 milhões de barris na produção diária.
A trajetória se inverteu depois que um dado sobre emprego nos Estados Unidos reforçou a preocupação com maior elevação no juro americano e, em consequência, com maior redução na atividade econômica. Os dois primeiros dias da semana foram dominados pelo que o mercado chama de "aversão ao risco", ou seja, de cautela.
A defasagem, atualizada até segunda-feira (10) pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ainda é grande: 8% na gasolina e 10% no diesel, mas não leva em conta a baixa do petróleo desta terça. Além disso, a própria movimentação da cotação reforça o argumento da Petrobras de não repassar volatilidade ao mercado interno.
A política da Petrobras
Para reajustar o preço nas refinarias, a Petrobras adota um cálculo chamado Paridade de Preços de Importação, adotado em 2016, no governo Temer. A intenção é evitar que a estatal acumule prejuízo com por não repassar aumentos de produtos que compra do Exterior, tanto petróleo cru quanto derivados, como a gasolina. A fórmula inclui quatro elementos: variação internacional do barril do petróleo — com base no tipo brent, com preço definido na bolsa de Londres —, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia, que funciona como um seguro contra perdas.