O sobe-e-desce do petróleo e seus derivados voltou a chamar atenção sobre a defasagem dos preços de gasolina e diesel no Brasil.
Conforme o acompanhamento diário da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), os dois combustíveis estavam 16% abaixo da referência internacional nas refinarias da Petrobras até a quarta-feira (26). Voltou ao pico de duas semanas atrás, com acréscimo de um centavo na diferença por litro: R$ 0,98.
Segundo o monitoramento semanal do Banco Modal atualizado até terça-feira (25), a defasagem da gasolina comum subiu 6,8 pontos percentuais, de 9,9% para 16,8%, entre a semana passada e a atual, tanto pelo avanço do preço internacional do galão desse combustível (5,4% em relação à semana passada) quanto pelo avanço da cotação do litro do etanol (2,6%).
Essas projeções voltaram a inquietar o mercado. Tanto que, no final da noite de quarta-feira (26), a Petrobras divulgou uma nota em que "esclarece que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes" (veja íntegra abaixo). E depois de subir cerca de 2% na véspera, o petróleo tipo brent sobe mais 1,2% nesta quinta-feira (27), para US$ 96,82.
A nota da estatal
"A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em relação às notícias veiculadas na mídia a respeito de expectativa de novos reajustes nos preços de combustíveis, esclarece que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes.
A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.
A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais."
A política da Petrobras
Para reajustar o preço nas refinarias, a Petrobras adota um cálculo chamado Paridade de Preços de Importação (PPI), adotado em 2016, no governo Temer. A intenção é evitar que a estatal acumule prejuízo com por não repassar aumentos de produtos que compra do Exterior, tanto petróleo cru quanto derivados, como a gasolina. A fórmula inclui quatro elementos: variação internacional do barril do petróleo — com base no tipo brent, com preço definido na bolsa de Londres —, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia, que funciona como seguro contra perdas.