Espaço dedicado a mostrar, na prática, novas tecnologias para fábricas, a Célula Conceito da Indústria 4.0 deste ano da feira de inovação industrial Mercopar vai mostrar a automação aplicada a um dos processos fabris essenciais em linhas de montagem: a inspeção de qualidade.
Desenvolvida pela Master Sistemas Automotivos, controlada das Empresas Randon, a estrutura de dois metros quadrados simulará uma estação de trabalho e fará demonstrações com base na utilização de sistemas integrados da internet das coisas (também conhecida pela sigla em inglês IoT), realidade aumentada, sistema de visão e robótica colaborativa.
A iniciativa da Rede RS Indústria 4.0, em parceria com o Sebrae-RS e o Senai-RS, ilustra a integração entre diferentes atores da cadeia produtiva gaúcha.
— O Senai-RS mostra, neste projeto, que tem condições de ajudar as fábricas do Estado na absorção das tecnologias da indústria 4.0, contribuindo com o aumento da produtividade nos processos produtivos — destaca o diretor-regional do Senai-RS, Carlos Trein.
Um robô colaborativo, que trabalha lado a lado com os funcionários, de forma segura, foi desenvolvido pela equipe de engenharia da Master para atuar no processo de revisão e de liberação das peças. O desenvolvimento da estrutura, específica para a inspeção de freios produzidos pela empresa, levou cerca de seis meses.
— A célula robotizada atende a uma necessidade real da indústria, valendo-se da automação para elevar a produtividade e intensificar a qualidade do produto entregue aos nossos clientes — detalha Bernardo Bregoli Soares, diretor da Master.
Segundo os desenvolvedores, o processo de inspeção garante maior segurança, ganho em qualidade final de produção e rastreabilidade do produto manufaturado. Por meio da robótica colaborativa, que permite que humanos trabalhem em conjunto com robôs em processo com capacidade de aprendizagem por parte da máquina, a célula fará a inspeção final de um freio automotivo de 56 quilos.
Entre outros sistemas, um scanner a laser que monitora uma área de 270 graus é acionado de forma a diminuir ou suspender momentaneamente a atividade ao detectar a aproximação de pessoas, evitando eventuais acidentes e atendendo aos requisitos da norma NR-12. Todo o projeto está baseado no documento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que classifica quais são as tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0.
Para o diretor-técnico do Sebrae-RS, Ayrton Ramos, a célula é um projeto que, durante a feira, funcionará como uma vitrine do potencial do Estado na automação do setor industrial.
— O Rio Grande do Sul hoje é um polo de soluções de tecnologias habilitadoras da manufatura avançada — afirma.
* Colaborou Mathias Boni
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