Nem parece o mesmo mercado financeiro que chegou a subir na última sexta-feira anterior ao primeiro turno, em parte por especulações de Henrique Meirelles como ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta última segunda-feira antes da definição da eleição presidencial, a bolsa caiu 3,27% e o dólar subiu 3,01%, para R$ 5,303, com investidores e especuladores preocupados com o "efeito Jefferson" sobre a campanha de Jair Bolsonaro (PL).
Depois de um primeiro turno em que a disputa presidencial mexeu pouco com os humores do mercado, a percepção de que o violento episódio do final de semana possa prejudicar a campanha de Bolsonaro dominou a largada da reta final da campanha.
O peso do fator interno no comportamento do mercado é confirmado pelo resultado da bolsa de Nova York, que seguiu o rally (período de alguns dias seguidos de alta) iniciado na semana passada. Nesta segunda-feira (24), o índice Dow Jones, o mais tradicional, subiu 1,34%, enquanto a Nasdaq, a bolsa de tecnologia, também se valorizou 0,86%. Além disso, o real foi uma das moedas que mais perderam valor em relação ao dólar neste início de semana.
Outro foi o desempenho das ações de estatais: as ordinárias (com direito a voto) do Banco do Brasil despencaram 10,03%, e as da Petrobras, outros 9,89%. Até as da Eletrobras, recentemente privatizada, caíram 1,98%. Em um dos boletins de abertura de mercado, o da Levante, o "fator Jefferson" foi abordado desta forma: "ainda é incerto dizer se haverá, de fato, algum desdobramento nas urnas em função do episódio deste fim de semana, mas certamente ele cai como uma bomba no colo da campanha do atual presidente – que teve de pausar todos os outros esforços para uma grande operação de contenção de danos".