Município emancipado há apenas três décadas, em 1992, Picada Café tem como principal atração uma propriedade de mais de 140 anos. A história do Parque Histórico Jorge Kuhn começa em 1880, ano em que Cristian Kuhn, de origem alemã, adquiriu o terreno.
Além de abrigar a residência da família, o local virou centro de atividades econômicas, impulsionadas pela construção de um moinho em 1928, por iniciativa do filho do imigrante, Jorge, que hoje dá nome ao parque. E hoje, mantém esse papel de centro comercial da região.
O moinho atendia aos moradores locais e também a tropeiros e viajantes que passavam pela região. Logo, a família Kuhn começou a também criar animais. Em 1941, agregaram um açougue, ampliando as atividades comerciais.
— As pessoas que moravam nessa área traziam as suas sementes para triturar no moinho, que também começou a virar ponto de venda ou troca de insumos, até que foram abertos o armazém, depois o açougue. Constituiu um pequeno centro comercial que virou referência na região — relata Andréia Kunz, chefe de seção de pontos turísticos da Secretaria de Turismo de Picada Café.
Após a morte de Jorge Kuhn, em 1983, a propriedade foi abandonada aos poucos, até ser adquirida pela prefeitura em 2004. Em 2006, começaram as obras de restauração dos prédios, e a área foi entregue à comunidade como parque público.
O moinho é hoje a principal atração, e também o lugar mais fotografado do parque. Nesse prédio quase centenário, funciona desde 2013 a Secretaria de Turismo do município. Há ainda um armazém que fica em um prédio construído em 1880 e vende produtos orgânicos de produtores familiares da cidade. O antigo açougue, restaurado, hoje funciona como museu, contando um pouco da história da propriedade e da região.
O parque tem cafeteria e restaurante que servem comidas típicas alemãs, mais um centro de eventos que recebe feiras, festas, shows e apresentações culturais. Com frequência, as edificações históricas e o jardim bem cuidado servem de moldura para negócios que podem envolver de malharias a floriculturas da região, sem falar na produção artesanal de geleias, queijos, cucas, biscoitos.
— É a maior atração turística do município, nosso cartão postal. Estamos no meio da Rota Romântica, e o parque acaba atraindo pessoas que visitam a região — ressalta Andréia.
Nos finais de semana mais movimentados, o parque chega a receber até 3 mil visitantes – mais da metade da população total da cidade, de 5 mil habitantes. Além de ficar no trajeto da Rota Romântica, Andreia acredita que outro grande atrativo para quem vai conhecer o local é essa viagem no tempo que o parque proporciona.
— Tem uma natureza incrível e um ambiente muito acolhedor, que os visitantes aproveitam para curtir com os amigos e familiares. Ao mesmo tempo, o parque cumpre esse outro papel muito importante, de resgatar e preservar a história aqui da nossa região, o que também se torna mais uma atração para o público — afirma Andréia.
Serviço: a estrutura comercial do Parque Histórico Jorge Kuhn abre apenas aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h, mas a área aberta pode ser visitada até as 22h. A entrada é gratuita, assim como o amplo estacionamento que existe no local.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni