Depois de cair para US$ 92 na primeira quinzena do mês, a cotação do petróleo voltou a se situar acima de US$ 100 por barril. Nesta quinta-feira (25), sobe discretos 0,5%, para US$ 101,80, resultado de pressões diversas.
A principal vem de sinais de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) estaria estudando cortes na produção da matéria-prima.
É como funciona o cartel: se o preço aumenta muito, os “sócios” expandem a quantidade extraída para impedir que combustíveis alternativos, como o etanol, se tornem mais competitivos; se cai muito, reduzem a quantidade ofertada ao mercado para fazer a cotação voltar a se elevar. Além disso, o consumo de combustíveis nos Estados Unidos está mais aquecido que o esperado e há restrições de oferta do Leste Europeu, um dos reflexos de seis meses de guerra na Ucrânia.
Não foi a queda na cotação do petróleo que permitiu a redução substancial no preço da gasolina no Brasil. Foi garantida pelo corte na alíquota de ICMS, por sua vez é responsável por mais uma rara deflação, de 0,73%, desta vez no IPCA-15. Tanto que, enquanto o grupo "transportes" teve baixa de 5,24% no período de apuração (15 de julho a 15 de agosto), o de alimentação e bebidas segue em alta de 1,12%. Essa prévia do IPCA não é outra coisa senão o índice oficial de inflação com outro período de levantamento de preços.
Mas se não é a origem da deflação, a baixa do petróleo vinha abrindo espaço para baixas semanais que se alternavam entre gasolina e diesel. Em percentuais que variavam de 3% a 5%, ajudaram a alongar o alívio proporcionado pelo corte de ICMS, que vai esgotar seu efeito em breve, porque não pode ser replicada. Se vier pressão de alta do petróleo, o alívio poderá ser mais curto do que se esperava.