Além de inflamável, petróleo e seus derivados são voláteis. A característica de evaporação vale para o produto físico e para o comportamento de seu preço no mercado.
Só neste mês, a cotação do tipo brent caiu para US$ 92 na primeira quinzena, voltou a subir sob pressão de uma suposta redução de oferta combinada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e agora voltou a custar menos de US$ 100, reabrindo o caminho para novas baixas nos combustíveis.
Nesta quarta-feira (31), o barril é cotado a US$ 96, com queda de 3% se sobrepondo ao tombo de 5% da véspera. Assim como a ameaça da Opep havia feito o preço subir, o aparente fracasso da tentativa ajudou a desinflar o valor. Também contribuíram a nova onda de inquietação com a desaceleração global, que projeta a sobra da redução no consumo de combustíveis, e até o novo confinamento na China em decorrência da covid-19.
E assim como a volta ao patamar acima de US$ 100 travou, de fato, a sequência de baixas nos preços dos combustíveis nas refinarias no Brasil, agora o caminho volta a ficar aberto. Pelo mais recente relatório da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), com dados da véspera, a gasolina estaria 9% acima do preço de referência na Paridade de Preços de Importação (PPI) da Petrobras, enquanto o diesel custaria 1% a mais. Ou seja, já haveria, nesta quarta-feira (31), possibilidade de redução.
A política da Petrobras
Para reajustar o preço nas refinarias, a Petrobras adota um cálculo chamado Paridade de Preços de Importação, adotado em 2016, no governo Temer. A intenção é evitar que a estatal acumule prejuízo com por não repassar aumentos de produtos que compra do Exterior, tanto petróleo cru quanto derivados, como a gasolina. A fórmula inclui quatro elementos: variação internacional do barril do petróleo — com base no tipo brent, com preço definido na bolsa de Londres —, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia, que funciona como um seguro contra perdas.