Como a coluna relatou há poucos dias, há projeções de forte queda na cotação do petróleo até o final do ano. Nesta terça-feira (12), o barril do tipo brent caiu abaixo de US$ 100, pela primeira vez desde 9 de maio, o que foi apenas episódico: no dia seguinte, voltou a US$ 104.
A queda de 7,5% levou o preço para US$ 99,01. Em 9 de maio, a cotação havia ficado em US$ 99,77. Como a coluna já explicou, a redução no custo do combustível que ainda move o mundo é boa notícia, o que não é tão bom é o motivo: a perspectiva de recessão global.
A cotação do brent na Bolsa de Londres começou a cair de forma mais significativa no dia em que o Citigroup publicou relatório projetando queda na cotação do óleo cru para US$ 65 no final deste ano e US$ 45 no fim de 2023. Como destacaram os autores, o cenário se configuraria caso se confirme a queda prevista na atividade econômica de vários países e se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não agir para segurar o mercado, reduzindo a produção.
Até agora, os contratos para entrega futura de petróleo na bolsa de Londres não contempla esse tombo tão pronunciado, mas os dezembro já estão na casa de US$ 91, muito abaixo das máximas deste ano, que chegaram a encostar em US$ 140. No entanto, tanto novas ofensivas militares da Rússia na Ucrânia quanto eventuais bloqueios russos à venda de gás na Europa ainda podem alterar esse cenário.
A política de preços da Petrobras
Para reajustar o preço nas refinarias, a Petrobras adota um cálculo chamado Paridade de Preços de Importação (PPI), adotado em 2016, no governo Temer. A intenção é evitar que a estatal acumule prejuízo com por não repassar aumentos de produtos que compra do Exterior, tanto de petróleo cru quanto de derivados, como o diesel. A fórmula inclui quatro elementos: variação internacional do barril do petróleo — com base no tipo brent, que tem preço definido na bolsa de Londres —, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia que funciona como um seguro contra perdas.