Nos dois últimos anos, a gaúcha OIW (não se atrapalhe, pronuncia-se "ó", "i", "dábliu"), de Taquari, foi a maior importadora de cabos de fibra ótica no Brasil, com base em dados da Receita Federal. A empresa que distribui e monta ferramentas para telecomunicações agora entra em outro segmento com o mesmo apetite: passará a importar equipamentos para energia solar.
A OIW Solar fará distribuição de geradores fotovoltaicos já com estrutura logística garantida por seis centros de distribuição no país. Além do Rio Grande do Sul, tem presença em Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Ceará. A empresa faz nesta quinta-feira (7) a apresentação oficial da nova operação.
O foco será atender os chamados integradores, prestadores de serviço responsáveis por desenvolver e executar projetos de energia solar para residências e empresas. A OIW Solar investirá em nova estrutura de pessoal, com estimativa de gerar 30 novos empregos. Hoje, tem 170 funcionários e, em 2021, faturou R$ 320 milhões.
Conforme o CEO, Fabricio Azambuja Ferreira, a família tinha uma empresa de informática e enfrentava dificuldades para ter acesso a equipamentos importados. Em 2002, criou a OIW para resolver o problema. Até 2006, atuou somente no Estado, comprando de importadores locais.
A partir daí, começou a operação de importação, com parceiros da Ásia. Como o tempo, evoluiu para os sistemas SKD (parcialmente montado) e CKD (totalmente desmontado), ou seja, passou a montar. Na medida em que o negócio foi crescendo, foi montando centros de distribuição em locais estratégicos.
Na área solar, a intenção é percorrer o mesmo caminho, começando pela importação de equipamentos para depois evoluir para os regimes de montagem parcial ou total.
— A partir de determinado volume, a gente cogita até produção local.
No mês passado, a OIW Solar já começou a atuar no segmento fotovoltaico, a partir de contratos firmados com três fornecedores chineses. Segundo o CEO, são empresas de regiões diferentes da China, o que aumenta a segurança da operação nesse momento em que lockdowns ainda pipocam no país asiático.
— Tomamos essa decisão neste ano, vendo o potencial do mercado de energia solar. Embora esteja crescendo, a proporção ainda é baixíssima, e dado o atual sistema de reajuste de tarifa de energia, o retorno é muito interessante.
Segundo Ferreira, os negócios com a China enfrentam as mesmas dificuldades: faltam contêineres, há dificuldades para atracar navios, seguem os lockdowns. Mas a intenção da OIW é ser mais um agente desse mercado para suprir a demanda nacional. Neste momento, o frete, que havia caído, voltou a subir, exemplifica. O transporte de um contêiner de 40 pés da China chegou a custar US$ 14 mil, caiu a menos de US$ 5 mil e agora voltou a subir para perto de US$ 9 mil.