Quando o Cubo Itaú surgiu, em 2015, era preciso explicar o que era uma startup. Certo, ainda é, para vários públicos, mas a comunidade nasceu com o propósito de conectar soluções inovadoras a grandes empresas chegou quando tudo "era mato". Precisou desbravar e ajudou a ciriar o ecossistema.
Renata Zanuto, co-head do Cubo, veio ao South Summit e disse à coluna que gostou do que viu em Porto Alegre — até por ser em Porto Alegre, ou seja, uma cidade fora do "eixo".
Na avaliação da executiva, o que mudou nesses sete anos foi a maturidade do ecossistema. Hoje, afirma, há mais conexão entre startups, empresas e investidores. Quando o Cubo surgiu, lembra, precisou ajudar a criar uma solução para as empresas contratarem startups. As regras exigiam balanços auditados de dois anos anteriores — algo quase inexistente nesse universo de novidade, rapidez e certa informalidade.
— Saí otimista com o que vi. Foram 18 mil pessoas, 500 palestrantes, um evento lotado fora do eixo Rio-São Paulo. O South Summit de Madri acreditou que seria possível rodar esse evento gigante no Brasil. O ecossistema de inovação está com alto crescimento na América Latina, o que tem atraído investidores estrangeiros — disse Renata.
Conforme a executiva, no ano passado o Cubo viabilizou R$ 3 bilhões em aportes para startups. Na América Latina, os investimentos em inovação alcançaram US$ 19 bilhões, três vezes mais do que em 2020.
E deixou um recado importante ao ecossistema e a quem se relaciona com o tema: diversidade e inclusão não são mais "bônus" para atração de financiamento. Alerta que as duas palavras permearam todas as conversas do South Summit e não valem mais só para o time, mas para lideranças. Diz que os programas Mulheres ao Cubo e CuboAfro nasceram dessa exigência, que alcança a todos no ecossistema.