Sempre em busca de menores preços, a coluna começou a perceber um movimento de discreta redução na gasolina na Região Metropolitana. Como essa percepção poderia ser influenciada pelo olhar dirigido ao valor mais baixo na bomba, perguntou ao presidente do Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, se era miragem. Ele disse que não.
Não satisfeita (ceticismo jornalístico é obrigação profissional), a coluna foi checar no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): o Rio Grande do Sul teve o segundo menor preço de gasolina do país na semana passada (confira clicando aqui).
Mas, antes de mais nada, uma dica: se estiver com o tanque baixo, considere a possibilidade de abastecer o mais rapidamente possível. Dal'Aqua relata forte pressão de alta vinda do etanol anidro (o adicionado à gasolina A, pura, para formar a C, vendida nos postos). Aviso feito, vamos aos detalhes e às explicações.
Conforme o mais recente levantamento de preços da ANP, a gasolina comum custou em média R$ 6,83 no Rio Grande do Sul na semana passada. O valor só é mais alto do que no Amapá, um ponto muito fora da curva, com valor médio de R$ 6,332, mas mais baixo do que em Santa Catarina, onde ficou ao redor de R$ 6,973. E esses três são os únicos Estados com preços médios abaixo de R$ 7. No Piauí, quem abastece paga cerca de R$ 8,124.
Mas o que explica esse pequeno alívio, ainda que momentâneo?
— O mercado local está em competição acirrada e, muitas vezes, irracional. Não sabemos se seguirá nessa linha, ou se a pressão dos custos será maior. Tudo dependerá de fôlego e de estratégias de apoio da própria distribuição a seus revendedores. Nenhuma razão econômica ou matemática explica essa situação — respondeu Dal'Aqua.
Nesta terça-feira (19), o barril do petróleo até tem uma ligeira queda de 0,6%, mas ainda está cotado redor de US$ 112, portanto não há qualquer hipótese de redução de preços na refinaria. Por isso, essa situação de preços mais comportados na bomba é temporária.