Uma das maiores redes de varejo do mundo, a Zara fechou sua loja no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, no dia 31 de janeiro. Ainda há definição de uma nova operação para o grande espaço que a loja de moda ocupava.
Com isso, a Zara mantém apenas duas lojas na Capital, ambas no Iguatemi, uma de moda e outra da linha para a casa, a Zara Home.
A rede de origem espanhola vem encolhendo no Brasil desde o início de 2021, quando fechou seis unidades praticamente ao mesmo tempo em São José e Joinville (SC), Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Uberlândia (MG) e São Bernardo do Campo (SP).
Conforme informações de mercado, há oito anos a Zara vem focando investimentos em canais digitais e reduzindo a rede física em paralelo. As lojas maiores incorporaram equipamentos que permitem compra pelo e-commerce, enquanto as menores são fechadas, substituídas pelas maiores ou pela venda online.
Depois de uma forte queda de resultados em 2020, como quase todo o varejo de moda, a Inditex, dona da Zara, relatou salto de 235% no lucro líquido e aumento de 37% no faturamento no terceiro trimestre de 2021, em ambos os casos em relação a igual período do ano anterior e recordes trimestrais. Até o final de setembro, a rede tinha 6.657 lojas espalhadas pelo mundo. De janeiro a setembro, abriu 179 unidades em 39 mercados. O grupo ainda é dono das redes Massimo Dutti, Stradivarius, Bershka e Pull&Bear.
Conhecida no Exterior como rede de fast-fashion, portanto mais acessível, a Zara tem no Brasil preços ser bem mais altos do que no Exterior. Pouco tempo depois de entrar no país, em 1999, com plano de abrir cem unidades, a rede espanhola apontou a carga tributária nacional como obstáculo para seu modelo de negócios.
A questão de custos nesse segmento é tão relevante que o BTG Pactual montou o Índice Zara, a exemplo do Índice Big Mac da Economist. Neste ano, conforme o Índice Zara, o Brasil deixou de ser um dos países em que os produtos da marca são mais caros. Pelo efeito da alta do dólar, os preços aqui ficaram 2% abaixo da média nos Estados Unidos. Em 2014, quando o índice estreou, a cesta de sete itens da Zara custava no Brasil 21,5% mais do que nos EUA.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo