O aumento de 8% no preço do diesel nas refinarias, anunciado na terça-feira (11) pela Petrobras, tende a ser repassado para o custo do transporte assim que chegar aos postos.
Embora não seja sentido diretamente no bolso do cidadão, que "dói" mais ao reabastecer com gasolina, o diesel é literalmente inflamável na inflação.
Como o transporte está embutido no preço de todos os produtos, é um dos maiores responsáveis por disseminar a inflação, assim como a energia elétrica. Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Fetransul), Afrânio Kieling, diz que a entidade não se envolve na definição de preços, mas avisa que, pelo que conhece do setor, as empresas não têm margem para absorver a alta de custos.
— Imagina a situação: sai o caminhão, indo para Manaus ou para Recife, e ali na esquina já tem aumento do diesel. Absorver reajuste seria assinar atestado de morte, a empresa não sobrevive. Quem tem margem, pode segurar, mas quase todas as empresas do setor de logística hoje operam com margens muito ajustadas. Qualquer desvio já significa prejuízo. Não tem milagre, tem de repassar imediatamente. setor não tem margem.