Na mais recente entrevista à coluna, Clovis Tramontina, presidente do conselho de administração da empresa que leva o nome da família, disse que a nova fábrica de porcelanas da empresa já está produzindo em Moreno (PE), com 300 funcionários.
A estreia no mercado, porém, deve ocorrer apenas em 2022, embora o empresário tenha manifestado expectativa de que o próximo "almoço do panetone" - reunião de final de ano da direção da Tramontina - já possa ser servido com peças da marca.
Segundo o empresário, o que norteou a decisão de investir cerca de R$ 300 milhões nessa unidade foi completar a oferta da marca para a casa. Mas diante da pergunta da coluna, admitiu que a escassez de fabricantes nacionais contribuiu para a definição. Frisou que "de porcelana", existe apenas a tradicional Schmidt, de Pomerode (SC). Além dessa, só existem indústrias de peças de cerâmica, material mais simples.
Avisou, ainda que os produtos de porcelana da Tramontina serão da linha "premium", ou seja, vai disputar o topo do mercado, não a faixa mais popular. O primeiro passo será a oferta para hotéis e restaurantes, para complementar a linha Hospitality da fabricante. Em seguida, está prevista a linha para casa, que deve se chamar Eureca. Serão aparelhos de jantar completos, com pratos, xícaras e travessas.
A unidade será a segunda da Tramontina Delta em Moreno, onde já produz móveis de plástico. Além de contar com incentivos e financiamento da Finep e do BNB (Banco Nacional do Nordeste), a definição do local passa pela logística: fica a cerca de 40 quilômetros do porto de Suape, de onde pode exportar com facilidade. A capacidade da fábrica deve chegar a 7 mil toneladas de produtos por ano.