No ano em que a Lei de Cotas completa 30 anos no Brasil, a Egalitê Recursos Humanos Especiais, empresa de atuação nacional com sede em Porto Alegre, chega a marca de 8 mil profissionais com deficiência inseridos no mercado de trabalho em todo o país.
A inserção é feita com auxílio da HRtech, tecnologia que relaciona a vaga com o "perfil ideal" de candidato, para que a contratação seja adequada para funcionário e empresa, diminuindo a rotatividade.
Na avaliação de Guilherme Braga, fundador da Egalitê e especialista em inclusão profissional, o Brasil ainda precisa evoluir no acolhimento de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Segundo o especialista, os dados oficiais ainda não foram publicados, mas a estimativa é que, em 2020, o volume de profissionais especiais aumente 7,53% em relação ao ano anterior. Em 2019, o total de profissionais ativos com alguma deficiência era de 523.431. Caso o percentual se confirme, seriam 36.675 incluídos a mais.
— O total de profissionais com deficiência em empregos formais hoje representa apenas 1,1% da força de trabalho no Brasil, e a média salarial da pessoa com deficiência é cerca de 15% inferior à média brasileira — pontua Braga.
Além de ajudar outras empresas a desenvolver cultura inclusiva e acessível, a Egalitê faz isso internamente. Atualmente, 25% do quadro de funcionários da empresa é formado por profissionais que têm alguma deficiência. Para o ano que vem, a meta de empresa é ampliar esse volume para 30%.
Seis passos para engajar a equipe e incluir mais profissionais no mercado
Sensibilização: trazer à equipe as informações sobre o tipo de deficiência do novo contratado e disseminar orientações de como cada um pode auxiliar o novo profissional.
Mapeamento de cargos: essa etapa tem o objetivo de entender melhor quais são os requisitos e competências que o profissional precisa para determinada função.
Acessibilidade arquitetônica: vai além de rampas, banheiros adaptados e elevadores, deve ser pensada também em comunicação, equipe de trabalho e recursos oferecidos.
Inclusão de talentos: procurar no mercado candidatos com qualificação ou potencial para ocupar as oportunidades em aberto para, depois, passar ao processo seletivo.
Retenção de talentos: a satisfação do profissional é um importante fator de permanência, e pessoas com deficiência também buscam reconhecimento e oportunidades de crescimento.
Treinamento: quando a empresa investe em capacitação e ações de desenvolvimento, aumenta as chances de reter profissionais qualificados na equipe e elevar a produtividade.
* Colaborou Camila Silva