No final do ano passado, a coluna relatou a tentativa de trazer para Porto Alegre a Web Summit, considerado um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, em 2022.
Nesta quarta-feira (6), foi confirmada oficialmente a vinda da South Summit, no final de março de 2022, com possibilidade de realização na capital gaúcha por três anos seguidos, também em 2023 e 2024.
Então, a coluna devia essa explicação: por que Porto Alegre trocou a WebSummit pela South Summit? José Renato Hopf, CEO da 4all, uma das empresas de inovação do Estado que mais se empenharam buscar um evento para a capital gaúcha, explicou à coluna que os organizadores da Web Summit decidiram não fazer qualquer edição da feira no próximo ano.
– Mas não desistimos de trazer a Web Summit, seguimos em negociações, tanto que uma equipe vem visitar Porto Alegre entre 17 e 18 de novembro. Além disso, a Web Summit é um evento de conteúdo, e a South Summit é mais focada em negócios. Era do que mais precisávamos – antecipa Hopf.
O empresário lembra que um ecossistema de inovação tem quatro pilares: apoio de governos, participação das universidades, existência de startups e fundos que invistam no desenvolvimento de novas ideias, produtos e serviços.
– Temos quase tudo, mas nos faltam os fundos, que estão quase todos em São Paulo. A South Summit tem esse foco e vai nos ajudar a atrair fundos para o Rio Grande do Sul – detalha Hopf.
No universo desses eventos– é bom lembrar que o Rio Grande do Sul já tem a Gramado Summit –, a Web Summit movimenta maior quantidade de público em torno de uma agenda muito focada em palestrantes de peso. É essa a característica de "conteúdo" citada por Hopf. Embora também tenha convidados ilustres, a South Summit é mais, digamos, pragmática: é um ambiente para negócios que envolvam os quatro pilares do ecossistema de inovação.
Marcus Rossi, cofundador da Summit Hub, dona da marca Gramado Summit, pondera que, a partir do apoio mais firme do governo do Estado a um evento internacional, espera melhor tratamento para os locais.
– Eu não conhecia a South Summit até dois meses atrás, quando soube das negociações, mas entendo as razões de buscar um evento internacional. Mas a mesma valorização deveria acontecer para os que são daqui, não só a Gramado Summit, como a Mercopar, que também é uma feira de inovação.
Segundo Rossi, a vinda da South Summit ajuda a população a importância do ecossitema de inovação, mas os eventos locais se ressentem da mesma "facilitação":
– Temos parceiros públicos no evento, mas o processo é complicado e, muitas vezes, é muito trabalho para obter recursos bastante modestos.