Para alguns moradores de Porto Alegre, foi difícil entender o entusiasmo com a possibilidade de a capital gaúcha receber o Web Summit, considerado um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, em 2022.
A simples disputa com o Rio de Janeiro já colocou Porto Alegre no mapa da inovação global para mais pessoas do que antes. Esse ecossistema é muito conectado, e uma quantidade muito maior de investidores passou a olhar para este canto de planeta de outra forma.
Mas um dos articuladores do movimento para atrair o Web Summit, José Renato Hofp, fundador da 4all, avalia que esse não é só mais um evento, cujo principal objetivo é levantar recursos. Segundo Hopf, o fato de o Web Summit ter se deslocado para Lisboa, em 2016, tem muita relação com o florescimento da inovação na capital portuguesa. O encontro chegou a reunir 70 mil pessoas na cidade, e consequentemente atrair a atenção do segmento sobre oportunidades locais.
Nos últimos anos, Google, Uber, Mercedes-Benz, Zalando e Volskswagem implantaram centros de serviços e de inteligência em Lisboa. Não se trata de uma relação de causa e efeito, mas quem fala sobre o desenvolvimento da inovação na capital portuguesa sempre cita o Web Summit na conversa.
Conforme Hopf, um dos focos do CEO do evento, Paddy Cosgrave, é levar a discussão sobre o avanço das novas tecnologias para centros onde esse assunto seja relevante, ou seja, que o tema seja conhecido e valorizado. Não se trata de um tour latino-americano para monetização, avalia, mas uma real tentativa de conectar polos não óbvios no desenvolvimento de tecnologia. Abaixo, o tuíte no qual Cosgrave anunciou a disputa entre Rio e Porto Alegre, na terça-feira (24).