Na primeira grande debandada do Ministério da Economia, um gaúcho em cargo chave saiu exasperado com a falta de avanços nas reformas e nas privatizações, Paulo Uebel, secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.
Agora, na terceira saída em grupo de ocupantes da cúpula econômica, há outro gaúcho em posto importante, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.
Bittencourt saiu com Bruno Funchal, secretário especial do Tesouro e Orçamento novo nome da pasta antes chamada de Fazenda , que equivale a um virtual número 2 no superministério comandado por Paulo Guedes. Os substitutos imediatos dos dois também saíram. Embora a nota tenha apontado "motivos pessoais" (leia abaixo), todos sabem a razão verdadeira da saída: o aparente fim do teto de gastos, que ambos tinham responsabilidade de preservar.
O gaúcho fez mestrado em Economia na UFRGS, período em que atuou no núcleo de Economia da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). É funcionário de carreira do ministério. Assumiu a pasta, de fato, em 11 de maio. Ficou, portanto, pouco mais de cinco meses no cargo.
Poucos dias depois da posse, havia dado à coluna sua primeira entrevista no cargo, mostrando boa vontade com o encaminhamento do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para o Rio Grande do Sul. Além da debandada em que Uebel deixou o ministério, houve outra, que permitiu a chegada de Bittencourt e Funchal aos cargos.
Da equipe original de Guedes, restam três pessoas: o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que eles se orgulhou de anunciar, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e o secretário de Competitividade, Carlos da Costa. Há relatos de que o clima do Ministério da Economia está pesado, com Guedes pesaroso com a saída de duas peças cruciais de sua gestão.
A íntegra da nota
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (21/10).
A decisão de ambos é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país.
A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, por razões pessoais.
Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN.