Até agora, só havia a comunicação da Petrobras de que o prazo para venda da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) à Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, havia passado de julho para o final de outubro.
Nesta quinta-feira (12), ao apresentar os resultados da Ultrapar no segundo trimestre, seu CEO, Frederico Curado, tirou a dúvida que ainda havia no mercado:
— Ainda não concluímos a negociação, mas até o final de outubro é um prazo absolutamente suficiente.
Curado lembrou que a Ultrapar está em "processo de gestão de portfólio", que inclui os desinvestimentos que a empresa vem fazendo, como a venda da Ultrafarma, já fechada, e da Oxiteno, ainda em negociação. O executivo foi perguntado por analistas de mercado sobre o eventual aumento do risco do segmento com a proximidade das eleições, inclusive diante das mudanças que o governo Bolsonaro está propondo.
— Enxergamos a oportunidade da refinaria como uma possibilidade de grandes retornos sobre o investimento. Para nós, há um balanço de risco sobre investimento que faz sentido. A nossa proposta, que foi selecionada pela Petrobras, dá um bom equilíbrio entre risco e retorno.
A negociação é "complexa" e seu ritmo está abaixo da expectativa da empresa, admitiu Curado, mas é tratada com "respeito e clareza". Conforme os executivos da Ultrapar, a empresa tem interesse em crescer também no segmento de gás natural e está "começando a modular" uma atuação em gás natural liquefeito (GNL). Com a confirmação da compra da Refap, a Ultrapar pode ser tornar uma das interessadas na compra da Sulgás, que deve ir a leilão em outubro.
No segundo trimestre, o Ultrapar relatou que retomou o nível de vendas de combustíveis pré-pandemia, mas a margem de lucro caiu à metade, entre outros motivos pela tentativa de retardar os aumentos de preço de gasolina e diesel para recuperar participação de mercado.
O grupo Ultra
É dono da rede de postos Ipiranga, que comprou em parceria com Petrobras e Braskem, em 2007. Tem maior proximidade com o Estado, tanto pela forte presença da marca Ipiranga e sua identificação com o os gaúchos quanto por outros negócios que tem por aqui: uma pequena unidade no polo petroquímico de Triunfo (Oxiteno) — que está negociando — e um terço da refinaria de Rio Grande. Ainda é dono de Ultragaz e Ultracargo.