Eles disputam o topo do ranking dos bilionários no mundo, mas também estão envolvidos em uma outra corrida: a espacial.
A volta bem-sucedida da cápsula Crew Dragon à Terra, com quatro astronautas, consolidou a imagem da Space X, de Elon Musk, como parceira da Nasa, o que incomodou o antagonista, Jeff Bezos.
Se na década de 1960, a conquista do espaço era uma briga de poder entre Estados Unidos e a União Soviética, na terceira década dos anos 2000 é protagonizada por Bezos, da Blue Origin, e Musk, da SpaceX. Claro, essas não são as empresas com a quais eles fizeram fortuna. Bezos fundou a Amazon na garagem de casa e Musk é reverenciado por construir a Tesla com um produto teoricamente sustentável, carros elétricos.
Musk conseguiu tirar Bezos da lista dos bilionários da Forbes por algumas semanas, mas segue em segundo. Em compensação, largou melhor na corrida espacial. No início do mês, a SpaceX deu um grande passo ao ser escolhida pela Nasa para levar os primeiros astronautas americanos à Lua desde 1972. Disputavam o contrato de US$ 2,9 bilhões a Blue Origin e a Dynetics, que presta serviços sob contrato para o setor de defesa. Antes disso, ao anunciar que deixaria o cargo de CEO da Amazon, Bezos afirmou que um de seus objetivos era exatamente dar mais atenção à Blue Origin.
Analistas consideram que, por trás da disputa por foguetes e viagens interplanetárias, há egos interplanetários envolvidos, mas existe outro fator na rivalidade: a inquietação como o futuro do planeta. Musk costuma ser mais brusco sobre o tema. Já afirmou que a "civilização terrestre" vai acabar, por isso quer explorar Marte. Também sustenta que os humanos precisam deixar a Terra "o mais rapidamente possível" porque um novo evento de destruição em massa, como outros cinco que o planeja já experimentou, está em curso.
Bezos também sonha com o planeta vermelho e o próprio nome de sua empresa é um símbolo de seus os temores — Origem Azul, uma referência à Terra, ou Planeta Azul. Mas costuma ser mais comedido nas declarações. Também é mais engajado em iniciativasque tentam esticar a viabilidade da vida terráquea, como a sua The Climate Pledge e a nova Leaf Coalizion. Musk tem um negócio que a coluna chamou de "teoricamente" sustentável porque há uma discussão sobre a sustentabilidade das baterias, que o bilionário tenta resolver com a sua Sun City, que produz baterias alimentadas por energia solar.
Diante de bilionários do Vale do Silício que compram bunkers à prova de ELE (sigla em inglês para eventos em nível de extinção), como Mark Zuckerberg e Bill Gates, Bezos e Musk ao menos pensam estar planejando algum futuro para a humanidade. E cada um de nós, o que estamos fazendo para preservar o planeta?