Às vésperas da Cúpula do Clima, surgiu o debate de como seriam aplicados novos recursos estimados em US$ 1 bilhão para combater o desmatamento.
Não houve anúncio na conferência virtual em que chefes de Estado elevaram suas metas de redução de emissões de carbono, mas o bilhão apareceu em evento paralelo.
Com liderança de John Kerry, assessor especial de Clima da Presidência dos EUA, foi anunciada a criação da Leaf Coalition, um fundo com participação de Estados Unidos, Reino Unido, Noruega e empresas privadas. O nome, que significa "folha" em inglês, é um acrônimo de Lowering Emissions by Accelerate Forest finance (algo como baixando emissões pela aceleração do financiamento das florestas).
Entre as empresas participantes, estão Amazon (que tem iniciativa própria, a The Climate Pledge), Airbnb, Bayer, Boston Consulting Group, GKS, McKinsey, Nestlé, Salesforce e Unilever. A iniciativa é tão nova que seu site ainda anunciava "em breve" até o final da manhã desta quinta-feira (22), mas as companhias detalharam a parceira público-privada. Conforme a descrição corporativa, a lista final dos governos e companhias e o valor total do fundo serão anunciados no final do ano, quando for assinado o acordo de "compra" de redução de emissões com os "países com florestas tropicais".
A coalizão é baseada em mecanismos para reduzir as emissões causadas por desmatamento e degradação das florestas. Esse tem sido o maior fator de aumento de emissões por parte do Brasil. Como as árvores absorvem gás carbônico, principal causador da mudança climática, quando a densidade florestal diminui, a quantidade do gás de efeito-estufa aumenta. E vice-versa, claro.
Para definir a destinação dos recursos, a coalizão vai ouvir povos indígenas, que ganharam menção da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, na abertura da cúpula. Também vai considerar o desempenho não só do país, mas de unidades "da jurisdição", ou seja, Estados, como pediram os governadores.