Depois da venda da CEEE-D na manhã desta quarta-feira (31) na B3, a bolsa de valores do Brasil, as duas outras partes em que o Grupo CEEE foi dividido também vão a leilão nos próximos meses.
A expectativa é de que a CEEE-T, de transmissão, seja vendida entre maio e junho, e a ambição é privatizar também a CEEE-G, de geração, também ainda no primeiro semestre.
Os dois leilões serão bem diferentes do realizado nesta quarta-feira (31), a começar pelo preço mínimo. Diferentemente da CEEE-D, as duas outras empresas têm patrimônio líquido positivo e geram lucro. Portanto, o preço mínimo não será simbólico, e deve ser fixado na casa dos bilhões. Estimativas preliminares situam o valor mínimo de cada uma das duas na casa dos R$ 2 bilhões.
Isso significa que devem entrar ao menos R$ 4 bilhões no caixa do governo do Estado, porque, também ao contrário da CEEE-D, pode haver disputa pelas duas empresas, o que aumentaria o valor arrecadado. Parte desses recursos deve ser usada para equacionar os rombos provocados pela distribuidora, como os R$ 900 milhões que serão pagos aos municípios para quitar a parcela de 25% do ICMS "perdoado" pelo governo do Estado para permitir a venda da companhia quebrada.
A CEEE-G tem usinas hidrelétricas e participações em parques eólicos no Rio Grande do Sul. A CEEE-T tem uma rede de alta tensão que percorre a maior parte do território do Estado. A transmissão de energia corresponde, a título de comparação, ao "atacado" do setor, quanto a distribuição atuaria no "varejo". O segmento de transmissão é um dos mais lucrativos e com menos passivos na atividade.