O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O setor de gastronomia e hotelaria volta a manifestar preocupação com os reflexos da pandemia na atividade econômica. Em carta direcionada à população gaúcha, 13 entidades empresariais afirmam que "o colapso já chegou" ao segmento e pedem "condições financeiras" para que os negócios consigam atravessar a crise. A coluna teve acesso ao documento neste domingo (28).
"Estamos vendendo hoje para pagar amanhã. Estamos atendendo o público em um horário de funcionamento totalmente restrito, o que gera um faturamento ínfimo, sequer cobre os custos dessa abertura mínima", diz o texto. "A solução precisa vir a partir de um retorno equilibrado das operações, com mais flexibilidade. Nosso compromisso é trabalhar com responsabilidade, como temos feito até então, com protocolos seguros para a segurança de todos", acrescenta.
Uma das entidades que assinam o documento é o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha). Presidente do Sindha, Henry Starosta Chmelnitsky conta que a manifestação visa reiterar o sentimento de "angústia" das empresas.
Na visão do dirigente, avanços em duas frentes são primordiais neste momento. Chmelnitsky menciona que o setor precisa da ampliação do horário de atendimento presencial no Estado — bares e restaurantes podem receber clientes até as 18h durante a semana. Segundo ele, os negócios também necessitam de maior facilidade de acesso a crédito em bancos públicos, além de fôlego na área tributária.
— Não queremos um milagre, não queremos reabrir como se nada estivesse acontecendo. Mas entendemos que podemos trabalhar até as 22h, de segunda-feira a domingo — relata. — A segunda vertente é a reengenharia do setor, que passa por medidas tributárias e financeiras. Não adianta só abrir os estabelecimentos, porque não vamos ter clientes suficientes agora — completa.
O governo do Estado reconheceu, na sexta-feira (26), as dificuldades do ramo de gastronomia e hotelaria. Na ocasião, o governador Eduardo Leite informou que o Piratini pretende disponibilizar R$ 130 milhões para setores mais afetados pela pandemia, especialmente o de alimentação, hotéis e pousadas.
Representantes do segmento destacam esse esforço, já que o Estado soma restrições fiscais. Entretanto, consideram insuficiente o projeto diante do tamanho dos prejuízos amargados ao longo dos 12 meses de pandemia.
Esta não é a primeira vez que empresários lançam comunicado em busca de mudanças para o setor. Neste mês, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Estado (Abrasel-RS) solicitou renegociação de dívidas e melhores condições de crédito para empresas, entre outras medidas.
Entidades que assinam carta à população gaúcha:
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Erechim
- Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (Shpoa)
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Pelotas
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santo Ângelo
- Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha)
- Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Osório
- Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santa Maria
- Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Uruguaiana
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo
- Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur)
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Garibaldi
- Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Novo Hamburgo (SindGastrHô)
- Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (Segh)