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O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A procura por aplicações na bolsa de valores brasileira (B3) disparou no ano marcado pela crise do coronavírus. Em 2020, o número de contas de investidores gaúchos praticamente dobrou, chegando a quase 180,5 mil. Representa alta de 91% na comparação com dezembro de 2019. À época, havia 94,5 mil registros do Rio Grande do Sul.
Ou seja, no intervalo de um ano, quase 86 mil contas foram abertas na modalidade pessoa física. A marca supera a população de Lajeado (85 mil habitantes), no Vale do Taquari.
O Rio Grande do Sul é a quarta unidade da federação com mais investidores na B3. Está atrás de Minas Gerais (317,5 mil), Rio de Janeiro (343,7 mil) e São Paulo (1,2 milhão).
A procura em alta entre os gaúchos pega carona no embalo nacional. Em 2020, o número total de contas chegou a 3,2 milhões no país, crescimento de 92,4% frente ao ano anterior. À época, havia 1,7 milhão de registros.
Na prática, o balanço mostra que o montante brasileiro aumentou em quase 1,6 milhão de 2019 para 2020. A quantia supera a população de Porto Alegre (1,5 milhão de pessoas).
Por trás da disparada, há o impacto do juro básico em baixa. Com a Selic no menor nível histórico, o rendimento de aplicações de renda fixa, incluindo a tradicional caderneta de poupança, fica mais enxuto. Nesse cenário, a compra e venda de ações de empresas acaba sendo uma opção para quem almeja maiores ganhos.
Recentemente, estudo da B3 indicou que a média de idade dos investidores na bolsa ficou mais jovem entre 2019 e 2020. Na teoria, esse público tende a ser mais atraído pelas informações que circulam na internet sobre o mercado financeiro — corretoras têm aumentado a presença no ambiente digital.
Mas não custa relembrar: aplicações na bolsa embutem riscos. Ou seja, assim como há possibilidade de retorno mais satisfatório, existe chance de prejuízo. Portanto, buscar conhecimento e suporte de especialistas de confiança pode evitar dores de cabeça.
Os números da B3 levam em conta CPFs cadastrados nas corretoras, responsáveis por intermediar a compra e venda de ações de empresas. Isso significa que a mesma pessoa física pode ser contabilizada mais de uma vez no balanço, caso tenha vínculo com mais de uma agente financeira.