O ano não foi fácil nem para um gigante global como o McDonald's. Com restaurantes fechados durante semanas e restritos até agora, a rede de fast food não demitiu em massa, mas não substituiu funcionários perdidos no que chama de "rotatividade normal".
Neste final de ano, voltou a contratar, disse à coluna João Branco, diretor de marketing da marca. Só na Grande Porto Alegre, há 70 vagas abertas em várias lojas, inclusive para a que, durante a pandemia, atendeu à maior quantidade de carros na América Latina.
– Não foi um ano em que a empresa cresceu. Tivemos meses com resultado negativo (no terceiro trimestre, teve prejuízo equivalente a US$ 29,6 milhões na América Latina). Apesar disso, foi um ano em que reforçamos nossa posição de liderança. Então, apesar de ter sofrido, o McDonald's foi menos impactado do que o mercado. O drive-thru e o delivery nos permitiram continuar atendendo os clientes – diz Branco.
No Brasil, as vendas pelo drive-thru aumentaram 52% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. Com esse avanço, a loja da Silva Só, em Porto Alegre, foi a que atendeu ao maior número de carros em toda a América Latina, relata Branco:
– Temos 52 restaurantes no Rio Grande do Sul, e o fato de um deles ter atendido a maior quantidade de carros da América Latina nos dá orgulho.
A coluna, claro, quis saber quantos carros já passaram por lá, mas esbarrou na tal da "informação estratégica". O executivo ofereceu um dado aproximado:
– Não posso revelar a quantia exata, mas nos picos, passou de mil carros por dia. É resultado da combinação de localização, segurança, conveniência. Na pandemia, houve uma drive-thruzação da vida. Teve drive-thru para vacina, testes, compras, solidariedade...
Branco afirma que o McDonald's ainda vê muito potencial de crescimento no Brasil. Para justificar a crença, lembra que existem 1.026 restaurantes aqui, enquanto nos Estados Unidos o número chega a 15 mil. Mas afirma que o investimento em expansão da rede voltará "assim que a economia proporcionar um momento melhor".