A essa altura, a coluna já se habitou a relatos de recordes históricos de faturamento e lucro em plena pandemia. Mas ainda se surpreende com o resultado que a Empresas Randon apresentaram, nesta quinta-feira (12) como "o melhor da história da companhia".
Conforme apresentação liberada no início da noite, a empresa teve a maior receita líquida trimestral, de R$ 1,5 bilhão, aumento de 10,5% em relação ao terceiro trimestre de 2019. O lucro também bateu recorde em período de três meses, saltando 48%, para R$ 116 milhões.
Outro indicador de desempenho, chamado Ebidta (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), teve alta de 40,5% com o igual período do ano passado, chegando a R$ 270 milhões. É bom lembrar que o principal produto da Randon é reboque de caminhões, e o transporte de cargas disparou durante a pandemia.
Conforme a empresa, o desempenho excepcional foi reflexo de fatores internos e externos, como a recuperação de mercados de atuação da companhia, a continuidade das ações para o controle de custos e despesas, investimentos em inovação e tecnologia e câmbio favorável.
Segundo o CEO das Empresas Randon, Daniel Randon a crença de que é preciso manter investimento e inovação em períodos de crise foi reforçada. Essa estratégia, apoiada na atuação diversificada da empresa, deu resiliência às operações, afirmou em nota. Entre os setores que ajudaram na recuperação, estão o agronegócio, indústria e setor de combustíveis.
Um dos exemplos de ganhos para a empresa foi o aumento do uso do automóvel depois do relaxamento nas restrições à circulação de pessoas nos últimos meses. Isso se refletiu em oportunidades no mercado de reposição de peças para veículos leves. A venda de implementos rodoviários, como os reboques, teve mais um trimestre de crescimento em volume.
A empresa também observou "movimento positivo na produção de caminhões", que estava em níveis baixos para reduzir estoques de montadoras e concessionárias e precisou ser retomada com maior velocidade a partir de setembro, diante da falta desse tipo de veículo no mercado. A Randon observa, porém, que o cenário segue cheio de incertezas e possíveis efeitos colaterais da pandemia, como escassez e pressão de preços de matéria-prima, como o aço, câmbio volátil e risco de aumento de casos de covid-19.
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