Depois de fazer suspense, a Amazon anunciou oficialmente sua maior expansão no Brasil, com a abertura de novos centros de distribuição (CDs) em Nova Santa Rita, Betim (MG) e Santa Maria (DF). Com as três novas estruturas, a gigante do e-commerce soma oito CDs no Brasil e cria 1,5 mil empregos.
Antes, tinha quatro em São Paulo e um no Recife. Com o reforço na logística, a empresa amplia para 500 o número de municípios com entrega em até dois dias para clientes Prime. No Estado, só Porto Alegre tinha essa modalidade, desde setembro de 2019.
Em teleconferência, Ricardo Pagani, diretor de operações da Amazon, detalhou à coluna que ainda não pode prometer entrega em dois dias em todo o Estado, mas isso vai ocorrer em toda Região Metropolitana e nas maiores cidades gaúchas. A empresa não revela a lista dos dos 500 municípios nos quais isso vai ocorrer. Segundo Pagani, a empresa faz análise de topologia para escolher os locais dos CDs de onde pode expandir a entrega em 48 horas ao maior número possível de cidades.
– O fato de termos feito o maior movimento no Brasil não significa que encerramos a expansão da nossa rede. Vamos continuar investindo, temos um compromisso de longo prazo com o Brasil. Outros serão lançados na medida em que aumentarmos nossa capacidade de cobertura. Além disso, nas três áreas em que nos instalamos, há espaço para ampliar a capacidade, se for necessário – disse Pagani.
As três operações conjuntas, diz o executivo, têm 75 mil mil metros quadrados, o equivalente a cerca de 10 campos de futebol. A Amazon não informa o valor investido essa etapa de expansão. Pagani afirmou que a implantação dos três CD já estava prevista antes da pandemia e não foi afetada pela quarentena. Também confirmou que as três já estão totalmente operacionais, desde o Prime Day, realizado pela primeira vez no Brasil entre 13 e 14 de outubro.
Dado o precedente com o Mercado Livre, que alegou obstáculos para operar no Estado, a coluna quis saber como foram as negociações com o governo para instalação no Rio Grande do Sul e se a empresa teve de fazer alguma adaptação em seu formato habitual de processamento. Pagani respondeu assim:
– Tivemos todo o apoio do governo do Estado. Queremos inclusive agradecer o suporte que tivemos no sentido das explicações sobre o ambiente de negócios no Estado. Especificamente na área tributária, estamos satisfeitos com o que foi proposto. Não foi necessária nenhuma adaptação.
O executivo ainda detalhou que, nos centros de distribuição, a gestão e as as equipes técnicas de operação do sistemas são da Amazon, e parceiros provêm trabalhadores para ajudar a executar o trabalho. Conforme Pagani, são parcerias com empresas que atuam não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Como nos Estados Unidos as entregas da Amazon já ocorrem em uma hora, a coluna quis saber se há planos de reduzir o prazo de dois dias no Brasil no futuro. Pagani confirmou, sem se comprometer com metas:
– Nosso objetivo é melhorar a experiência de entrega, estamos expandindo essa rede, que não vai parar.