Depois do megalucro da Lojas Renner no segundo trimestre, provocado por um crédito tributário de R$ 1 bilhão, a pandemia cobrou a conta também desse gigante do varejo. No período de julho a setembro, o resultado final foi negativo em R$ 82,9 milhões.
Conforme Álvaro Azevedo, novo diretor financeiro da companhia, as perdas decorreram do fato de as lojas terem ficado fechadas durante cerca de 45 dos 90 dias e do desempenho da Realize, a financeira da Renner, que negociou prazos e pagamentos durante a quarentena.
– Vencemos a parte mais difícil deste ano – disse Azevedo à coluna.
O executivo ponderou que, apesar do resultado negativo, trimestre passado já se caracterizou por um ponto de virada. Só na Realize, o prejuízo chegou a R$ 51,2 milhões, detalhou Azevedo:
– Com as lojas fechadas, houve redução na carteira e menor uso do cartão. Também foi preciso negociar prazos e descontos nos pagamentos, porque os pontos de venda não estavam abertos.
Segundo Paula Picinini, diretora de Relações com Investidores e Internacionalização da Renner, o movimento das lojas depois da reabertura evidencia que não houve mudança estrutural no consumo, porque os clientes voltaram, e o e-commerce segue crescendo a três dígitos – na rede, a alta foi de 200% em relação ao terceiro trimestre de 2019.
A transformação digital da Renner, detalha Paula, ocorre tanto na relação com os clientes como internamente. Atualmente, 17% dos itens distribuídos em cada loja já são definidos por inteligência artificial, ou seja, é uma programação alimentada por dados que define tipo e quantidade de produtos no ponto de venda.