No mês em que o caixa de muitos comerciantes se esgota e que o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, está ameaçado de impeachment em caso conectado à gestão da saúde na cidade, não há mais alternativas senão evoluir para a construção de um modelo que poderia ser chamado de distanciamento planejado.
O pedido dos lojistas por um sistema mais previsível, como a coluna registrou há quase dois meses, levou a prefeitura a apresentar um plano de abertura com interrupções, ao menos enquanto a capital gaúcha tem número crescente de casos e mortes provocadas por covid-19.
A abertura do comércio de sexta-feira (7) a domingo (9), antecipada pela colunista Rosane de Oliveira, é um sinal de flexibilização da prefeitura, dentro das novas regras do distanciamento controlado do Estado, que dão mais poder aos municípios. Agora, é a vez de os comerciantes analisarem com responsabilidade e espírito público, a possibilidade de um abre e fecha previsível. É o que têm feito os líderes de entidades empresariais envolvidos nas discussão.
Se um abre e fecha imprevisível é pior do que a paralisação permanente das atividades, como avaliam alguns empresários, muitos segmentos podem se beneficiar da injeção de faturamento que algumas semanas de funcionamento, alternada com dias de parada, pode representar. É uma oportunidade para Porto Alegre quebrar a escrita dos "caranguejos"– comportamento de quem torce para que a situação do outro piore antes de trabalhar para que a sua melhore – e de um povo em eterno Gre-Nal. Se não for agora, quando?
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