O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A fintech Pravaler, do setor de crédito universitário, decidiu ampliar a atuação no Rio Grande do Sul durante a pandemia de coronavírus. Neste mês, concluiu a compra da carteira de financiamentos que era administrada pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Com a operação, a empresa afirma assumir a liderança em participação de mercado no Estado.
Conforme a Pravaler, o número de estudantes com graduação financiada em instituições gaúchas passou de 4,9 mil para 7,9 mil. Assim, a participação no mercado local subiu de 31% para 60%, diz a fintech.
— Criamos um perfil de cada estudante para avaliar a concessão de crédito. Analisamos o curso, a faculdade, a cidade em que está. A UPF olhou para isso — afirma o sócio-diretor da empresa, Rafael Baddini.
Ao ser questionado sobre os riscos trazidos pela crise, Baddini relata ver o cenário com "bastante cuidado". Segundo ele, a pandemia "teve impacto na inadimplência, mas bem controlado, dentro do que estava planejado".
O sócio-diretor acrescenta que, após redução no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), universidades optaram por criar programas próprios de crédito. Contudo, parte teve dificuldades para administrar os planos no país. Em meio a esse cenário, a Pravaler ganhou corpo.
Hoje, apresenta-se como a principal fintech de soluções financeiras para educação do Brasil. Atua no mercado há 19 anos e tem o Banco Itaú entre os principais acionistas. Com faturamento de R$ 250 milhões, foi listada entre as empresas que crescem de maneira mais rápida nas Américas pelo Financial Times em 2020.
No país, tem parceria com 500 instituições de ensino. No Rio Grande Sul, o número é de 55.
— Ao comprarmos uma carteira de crédito, olhamos com cuidado para o aluno. Na prática, não muda nada para ele. O valor das parcelas que pagava para a UPF continua igual — Baddini.