O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Gigante do segmento de cosméticos, a Natura aposta em canais digitais para viabilizar negócios de consultoras durante a pandemia. A empresa é uma das principais referências no país em venda direta. Ou seja, aquela feita de "porta a porta", prejudicada pelo coronavírus.
Consultoras que desejam vender na internet podem manter suas lojas dentro das plataformas da Natura. Segundo Cida Franco, diretora de vendas da empresa, a pandemia serviu para acelerar processos de transformação digital que já estavam previstos, como a criação de uma revista interativa, que facilita a escolha de produtos.
— Até então, nossa revista era impressa e digitalizada, mas de uma forma estática. Agora, é possível fazer o pedido por meio dela. O cliente navega e escolhe os produtos. Isso tem ajudado muito, pois facilitou o processo.
No Rio Grande do Sul, o crescimento de lojas digitais de consultoras chegou a 204,5% desde março. Enquanto isso, o número total de vendedoras no Estado subiu 2,37%. Já a procura das profissionais por treinamentos online avançou 5,4%.
Hoje, a empresa conta com 1 milhão de consultoras que realizam vendas digitais no país. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o volume representa aumento de cerca de 25%.
— Ao longo da pandemia, percebemos que muitas pessoas se interessaram em ser consultoras de beleza. Associamos esse crescimento ao fato de que pessoas perderam o emprego e enxergaram na venda direta uma opção — afirma Cida.
Segundo dados da Associação de Empresas de Venda Direta (ABEVD), o mercado movimentou R$ 45 bilhões em 2019. Estima-se que cerca de 4 milhões de empreendedores façam parte do ecossistema. O segmento de cosméticos e cuidados pessoais representa 52% das vendas diretas.
Além de novas funcionalidades digitais para auxiliar as consultoras, a Natura
desenvolveu fundo de auxílio emergencial e ampliou os prazos de pagamentos de encomendas. De acordo com a empresa, a entrega dos produtos segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
* Colaborou Camila Silva