Menos depois de um mês depois da rearticulação em torno de um projeto que previa investimento de até R$ 3 bilhões em Rio Grande, em uma usina térmica e uma estação de regaseificação, o plano acabou em decepção. Nesta terça-feira (2), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não aceitou o pedido oficial de revisão e cancelou definitivamente a outorga, que é a autorização para executar o empreendimento.
No início de maio, houve uma articulação envolvendo iniciativa privada e os governos federal e estadual para tentar reativar o empreendimento. O principal argumento era a mudança de mãos no controle do projeto, da gaúcha Bolognesi Engenharia para o espanhol Grupo Cobra.
Os atuais empreendedores ainda avaliam a possibilidade de entrar com recurso na Justiça, já que se esgotaram as possibilidades de tentar mudar a posição da Aneel. Caso essa hipótese se concretize, será embasada no chamado "excludente de responsabilidade", aplicado quando o projeto trava no licenciamento ambiental definitivo.
Com o fracasso da tentativa de suprir o Rio Grande do Sul de uma nova fonte de gás natural, resta a expectativa da promessa de reforço no abastecimento feita pelo projeto do Terminal Gás Sul (TGS) em São Francisco do Sul (SC).
Conforme Edson Real, diretor de negócios do TGS, disse à coluna que será possível acrescentar mais 800 mil metros cúbicos diários de gás natural para consumo no Estado a partir de 2022. Para viabilizar o projeto da Golar Power, join venture entre a norueguesa Golar LNG e o fundo americano Stonepeak, ainda faltam a licença de instalação e a autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).