A bolsa de valores seguiu impávida seu rali de alta, mesmo com baixas em Nova York, mas o dólar inverteu a trajetória dos últimos dias. Resistiu acima do patamar de R$ 5, onde está desde 27 de março, depois de encostar em R$ 6 em 13 de maio.
Lá fora o dólar perdeu força também frente a outras moedas, mas no Brasil analistas identificaram motivo para se acautelar na declaração do diretor do Banco Central, Fabio Kanczuk, de que o patamar de 2,25% de juro básico – com o corte de 0,75 ponto percentual projetado para o próximo dia 17 – não está escrito na pedra.
Dependendo das circunstâncias, sugeriu que taxa Selic pode ficar ainda menor. A redução no juro é um dos fatores que vinha provocando altas na cotação do dólar frente ao real, porque significa menores ganhos para investidores financeiros. Também ontem, economistas do banco JP Morgan no Brasil projetaram juro básico em 1,75% no final do ano.
Para Sidnei Nehme, especialista em câmbio, embora a sangria de dólares de abril tenha sido estancada em maio, o momento favorável no mercado financeiro é consequência da melhora do ambiente externo. Segundo Nehme, o Brasil não é causa, apenas beneficiário.