Há quase duas semanas, a prefeitura de Porto Alegre autorizou que os restaurantes da cidade retomassem, com restrições, as atividades no "salão", termo utilizado para o local onde ficam as mesas para os clientes. Nesta quinta-feira (28), a coluna teve acesso a um levantamento feito pelo Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) com 114 estabelecimentos da Capital entre 25 e 27 de maio. Nesse grupo, 57% dos entrevistados disseram que voltaram a atender no "salão" após a publicação do decreto municipal. Entretanto, dos 66 estabelecimentos que reabriram, 64 consideram o movimento insatisfatório.
Além da baixa frequência de clientes, em 62 estabelecimentos que estão funcionando o fluxo de caixa não custeia os gastos para manter a operação aberta, como energia elétrica, conta de água, entre outros. Na avaliação do presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, o cenário ainda é de muita ansiedade e insatisfação entre os empresários do setor:
— Enquanto o movimento não corresponde e a receita estaciona, os custos da operação seguem a pleno vapor. No entanto, o empresariado precisa entender que é um processo em construção. Levará um tempo para o consumidor se sentir confiante novamente. Até lá, vamos, dia após dia, criando novas formas de cativar e mostrar que estará seguro nos nossos negócios. Nada mais é como antes, é preciso criar e recriar.
A pesquisa também mostra que, entre as empresas que optaram por abrir, as ações de conscientização sobre a pandemia são quase unanimidade: 93,5% dos entrevistados afirmaram que estão trabalhando para divulgar os procedimentos de higienização e proteção necessários para que os clientes frequentem os estabelecimentos.
Conforme a pesquisa do Sindha, 47 restaurantes consultados optaram por não abrir. Destes, 25 não estão operando nem por telentrega ou take away, soluções surgiram durante o período de distanciamento social. Entre os 22 que estão operando com esses serviços, dois terços estrearam depois da pandemia.
Para o presidente do Sindha, o setor é o que mais aguardou o retorno das atividades, por outro lado, é também o que mais aguarda com equilíbrio este processo de nova conscientização. Entre os 114 estabelecimentos que foram consultados, apenas um encerrou as atividades definitivamente.
* Colaborou Camila Silva