Primeiro segmento da economia gaúcha afetado pela freada na produção na China, a indústria de produtos eletroeletrônicos, como modems e equipamentos de automação residencial, agora enfrenta outro problema: o cancelamento de muitos voos internacionais vai atrasar a normalização do abastecimento de componentes chineses. Já com buracos no estoque provocado pelo longo período em que as fábricas pararam na China (foto acima), as empresas do segmento ainda não receberam reposição.
— O fornecimento na China está, de certa forma, normalizado. A dificuldade agora é trazer a carga via aérea devido aos cancelamentos dos voos, no mundo todo, devido a covid-19. Em cerca de 15 a 30 dias, alguns produtos do setor começarão a faltar nas lojas — afirma Régis Haubert, presidente regional da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).
Conforme Haubert, as indústria estão seguindo as orientações e adotando as melhores práticas de proteção para evitar contágio e disseminação do vírus, atentas às normatizações e decretos que estão sendo publicados.
— Nunca havíamos vivenciado esse tipo de evento que requer ações complexas que envolvem toda a sociedade — pondera.
Enquanto conversava com Haubert, a coluna recebeu a informação de que a Ceva Logistics, uma das empresas mais usadas para frete aéreo no mundo, contratou 86 aviões charter para "manter as cadeias de abastecimento funcionando e evitar a parada das linhas de produção".
— Excelente notícia, a Ceva é um dos operadores de frete que nós usamos.
Os voos charter contratados pela empresa de logística só transportam carga, não passageiros, então podem ser autorizados a decolar e pousar com mais facilidade, apesar do fechamento de fronteiras em vários países. Não devem evitar a falta de alguns produtos eletroeletrônicos no Rio Grande do Sul, como já ocorreu em outros países, mas demonstram a tentativa de construir soluções para reduzir o impacto do coronavírus na economia.
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