O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O desempenho do varejo não chega a causar empolgação, mas traz uma parcela adicional de alívio após a recessão. Em 2019, as vendas do setor subiram 1,8% no país, informou nesta quarta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço foi menor do que o verificado em 2018 (2,3%), mas o terceiro em sequência.
O Rio Grande do Sul pegou carona no embalo positivo e fechou o ano passado com alta de 1,5%. Em 2018, a elevação do comércio varejista havia sido de 5,5% no Estado.
— Crescemos sobre uma base que já estava em alta — sublinha a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo.
Na visão da analista, o resultado reflete melhores condições de crédito e abertura de vagas de trabalho formal. No ano passado, apesar de a informalidade seguir em alta, o Estado abriu 20,4 mil empregos com carteira assinada, indicam dados do Ministério da Economia. Enquanto isso, o país gerou 644 mil postos.
— Quem trabalha com carteira assinada tem estabilidade na renda. Isso aumenta a confiança e facilita o acesso ao crédito — explica Patrícia.
Em 2020, o varejo tende a seguir no azul, embalado pela projeção de crescimento mais firme da economia. Patrícia menciona que o cenário é de "otimismo cauteloso" em razão de riscos como o coronavírus. Desde janeiro, o surto espalha incertezas pela economia global, o que respinga no Brasil.
No mesmo dia da apresentação do balanço do varejo, a indústria voltou a demonstrar sinais de dificuldades no Estado. Ontem, a Fiergs relatou que a atividade do setor ficou estagnada em 2019. Em nota, a entidade reconheceu que a demanda ficou abaixo da esperada para o período.