No anúncio do empreendimento Omega Green, que prevê produção de diesel e querosene renováveis, liderado pelo empresário gaúcho Erasmo Carlos Battistella, a carga tributária do Paraguai, de 10%, foi apontada como atrativo. No final da semana passada, o Paraguai ainda concedeu ao regime de zona franca ao projeto. Battistella explicou à coluna que a concessão dá segurança por ser de 30 anos:
– Dá garantia de que o tratamento se mantém, mesmo mudando o governo.
Acrescenta que isso garante a isenção de tributos na importação de equipamentos dos Estados Unidos, de onde virá a maior parte do material. Como os produtos da planta são tão inovadores que ainda não têm classificação, ainda não se sabe qual será o efeito da zona franca, mas o empresário estima redução de 30%, o que significa carga de 6% a 7%.
O plano é produzir biocombustíveis de segunda geração, ou seja, que usam partes de vegetais não aproveitáveis no método tradicional e até resíduos. Até agora, a Omega Green não relevou qual será a fonte de óleo, embora o Paraguai tenha se tornado grande produtor de soja na última década.
Battistella é o atual controlador da BSBios, que tem unidades em Passo Fundo e Marialva (PR). A Petrobras, sócia das unidades que fabricam biodiesel a partir de óleo de soja, colocou sua fatia à venda. Isso ocorreu pouco antes do Natal, e a época sugeria que talvez o processo não visse muita atenção. Na última quinta-feira (23), porém, o processo seguiu seu curso, com o início da fase chamada de "não vinculante".
É o momento em que potenciais compradores habilitados recebem informações detalhadas sobre a empresa e instruções sobre elaboração e envio das propostas de valor. Nesse tipo de processo, não há preço mínimo fixado, segundo a estatal para não restringir as ofertas. O empresário gaúcho não comenta, mas informações de mercado dão conta de que ele pode tentar arrematar a fatia da Petrobras.