Os produtos que seriam potencialmente afetados pelo "imposto do pecado" citado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, já tem carga tributária muito acima da média no Brasil. Dependendo da fonte, o peso médio de taxas, contribuições e assemelhados, no Brasil, está ao redor de 35%. Bebidas alcoólicas, cigarros e doces já acumulam peso muito superior a essa média, e há muito tempo.
Ao pesquisar esse itens no Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que monitora "a parte do leão", animal-símbolo do fisco no Brasil, a coluna teve uma surpresa: até uma inocente imagem de santo paga "imposto do pecado", caso se considere como definidor uma carga acima da habitual. O peso total chega a indecorosos 41,5%. Nesse caso, a imagem entrou na lista abaixo como Pilatos no credo, para usar uma expressão de fundo religioso.
Na literatura tributária, o "sin tax" citado por Guedes no original em inglês é aquele que incide sobre bens considerados prejudiciais à sociedade e aos indivíduos, como álcool e tabaco, doces, refrigerantes, fast food, café, açúcar, jogos de azar e pornografia. Veja o tamanho da carga pecaminosa sobre alguns que já existe no Brasil:
Cachaça 81,9%
Cigarro 80,4%
Charuto 61,5%
Uísque 61,2%
Espumante 59,5%
Cerveja 54,8%
Vinho 54,7%
Refrigerante (lata) 45,8%
Refrigerante (garrafa) 43,9%
Imagem de santo 41,5%
Chocolate 38,6%
Fondue de chocolate 38,5%
Ovo de páscoa 38,5%
Achocolatado 38%
Sorvete de massa 38%
Bombons 37,6%
Fonte: IBPT