Enquanto o Brasil discute como amenizar o impacto no preço dos combustíveis de uma eventual disparada na cotação do petróleo, os americanos pagam pelo litro da gasolina comum menos da metade do que um brasileiro desembolsa. A foto de um posto em Houston (Texas, EUA) foi enviada a João Luiz Zuñeda, sócio-fundador da Maxiquim, por Rina Quijada, diretora da IHS Markit, parceira de negócios da empresa nacional.
Gasolina e diesel, nos Estados Unidos, são vendidos em galão, unidade de medida que equivale a 3,7 litros. Pelo câmbio do dia (R$ 4,063), o valor que aparece na placa ao lado seria de R$ 8,50. Dividido por 3,7, quem abastece em Houston está pagando
R$ 2,30 por litro de gasolina "regular" (de média octanagem). Conforme a ANP, a média no Brasil está em R$ 4,55. Faltam apenas cinco centavos para completar o exato dobro.
Nos EUA, variações no preço internacional do petróleo costumavam ser repassadas quase que instantaneamente aos consumidores. Pelo relato de Rina a Zuñeda, os preços nos Estados Unidos praticamente não se alteraram desde o ataque a uma autoridade militar iraniana no Iraque.
Conforme relato de Rina, a geopolítica deixou de ser tão relevante na definição dos preços dos combustíveis nos EUA depois do salto na produção de shale oil (óleo de xisto). Graças ao shale oil, os EUA se tornaram o maior produtor de petróleo do mundo em 2015.
Em 2018, a produção americana alcançou 15,3 milhões de barris ao dia, enquanto na Arábia Saudita – agora segundo maior do planeta – ficou em 12,3 milhões de barris diários. Para comparação, o Brasil extraiu 2,68 milhões no período. Dados comparáveis do ano passado ainda não estão disponíveis.