O dólar, que já vinha subindo nas últimas semanas diante de indicadores econômicos menos robustos do que os esperados, bateu em R$ 4,206 no fechamento desta terça-feira (21), resultado de uma discreta alta de 0,4%. Foi mais a queda de 1,54% na bolsa que deu o tom da preocupação do mercado financeiro com o coronavírus, também conhecido como Vírus de Wuhan, nome da cidade chinesa em que se originou.
Analisas comparam o temor de pandemia gerado pela doença ao episódio da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars na sigla em inglês), que também surgiu na China, entre 2002 e 2003, matando quase mil pessoas em todo o mundo.
O alarme surgiu a partir do primeiro caso registrado nos Estados Unidos, de um turista chinês diagnosticado em Seattle. O coronavírus causa um tipo de pneumonia que é transmitida de pessoa para pessoa. Uma das preocupações das autoridades sanitárias internacionais é com o Ano Novo chinês, que começa a ser celebrado no sábado e é seguido por um período de férias em que 1,4 bilhão de chineses podem se deslocar dentro e fora do país.
O surgimento inesperado da doença final e sua origem ainda não totalmente conhecida abre uma grande interrogação não só na saúde pública mas também na economia, por envolver risco de desaceleração – ou até reversão, em caso de avanço acelerado do contágio – nas economias asiáticas. Há indícios de que a doença que se espalha na China seja uma nova cepa até agora não identificada em humanos.
Um dos temores de cientistas e analistas é de que o país asiático, que controla toda informação que entra e sai do país, esteja ocultando a verdadeira gravidade do problema.
Quase todas as bolsas europeias – Frankfurt foi uma exceção – fecharam o dia com leves baixas, assim como as de Nova York. Pode ser apenas manifestação da conhecida rejeição do mercado a incertezas, mas o fato é de que soou o alarme de estresse entre investidores e especuladores.
Como já se viu no passado, uma empresa de biotecnologia chamada Novavax teve alta de 70% nas ações negociadas na Nasdaq. Recentemente, anunciou ter desenvolvido uma nova vacina, NanoFlu, que está em testes na Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. A expectativa é de que possam ser aplicadas em breve em casos de pneumonia provocada pelo coronavirus.